Dorcas tinha uma agulha, essa era sua ferramenta,
seu instrumento do dia a dia. ( Leia Atos 9:24 a 36) Em sua vida, ela se
dedicava a usar essa ferramenta para usar as pessoas. Conheço muita gente que
disputou cargos, para subir na plataforma do sucesso para receber elogios e
nutrir o orgulho pessoal, as disputas para sermos aplaudidos e sermos colocados
numa posição elevada, leva muita gente para disputas intermináveis, Cristo
porem manda ir ao quarto secreto. A vida de João Batista se destaca por ser
pregador do deserto, com certeza o tempo e a sinagoga era um local vetado para
o profeta primitivo, suas palavras não conheciam com o sistema vigente, era
preciso que Deus falasse ao povo, uma chamada ao arrependimento, mas não havia
espaço nos púlpitos para tal mensagem, então o deserto torna-se o santuário da
proclamação da Palavra de Deus. É bem certo perceber que nas margens do
rio Jordão ia os espiritualmente sedentos. Queriam ouvir um profeta rude, com
uma mensagem rude, vestindo-se não com as pompas sacerdotais, mas um cinto e
pele de camelo, a mensagem, porém era viva, um trovão estava ecoando desde as
margens do Jordão, e o povo vinha ouvir essa voz caustica, um chamado da morte
para a vida, do conformismo para a revolução, pois o Messias estava chegando.
Algum tempo depois Cristo observa no templo uma mulher pobre doando uma pequena
moeda, símbolo diminuto da insignificância, vista sob a lupa da hipocrisia
farisaica, mas era para aquela pobre viúva com a sua oferta pobre que o Senhor
atentou. Deus sempre se inclinou para as coisas certas. Tomamos emprestado o
óculo do mundo para perceber que as coisas grandes que fizemos chamam a atenção
das pessoas a nossa volta e então recebemos elogios e aplausos deles, isso é o
suporte básico que sustenta a religião dos méritos, Deus olha para as pequenas
coisas feitas com amor, porque o amor a Deus faz com que todas as coisas
pequenas que fizemos a Ele, tornam-se grande aos próprios olhos do Senhor. Isso
vos incomoda? Mas Deus tem agido assim. Porquanto ao olharmos para uma agulha,
ela não tem qualquer relevância aos olhos da hipocrisia, porque se perde nas
coisas comuns. O valor da verdadeira ação revestida de amor, essa que vem
das mãos de um homem espiritual, muitas vezes só brilha, quando as pessoas a
nossa volta notam a perdão de uma alma santa. Muitas pessoas querem ser
estrelas, mas olhe, se uma delas desaparecer na noite escura, quase ninguém se
dará conta da sua ausência, mas nas esquinas da vida, em uma noite escura, a lâmpada
que se apaga faz muita falta. Queremos faze as coisas do nosso jeito, achamos
que as coisas devem ser feita de acordo como entendemos, todavia a maneira do
Senhor ver as coisas é completamente diferente da nossa maneira de ver. Olhamos
para as circunstancias motivados a sermos o centro da atenção, queremos ser o
melhor por nós mesmos, não para a glória de Deus, e isso é de fato idolatria,
pois queremos receber a glória dos homens para que o nosso ego possa receber o
sustento necessário para ser senhor do nosso coração. A agulha de Dorcas é microscópica
aos olhos mundanos, é insustentável diante dos valores da hipocrisia, mas as
mãos santas tecem os vestidos, e nessa visão esplendida notamos que o agir de
Dorcas foi o agir do Senhor quando olha para a nudez do primeiro casal, vai lhe
conceder vestimentas. A grandeza de todas as coisas está no amor á Deus, a
grandeza de nossas ações está na motivação espiritual, se elas honram a Deus
são grandes, se são para fustigar o nosso ego para que ele cresça e receba
louvores dos homens então são inúteis. Veja que essa é a visão positiva do
Evangelho com relação ao que fazemos Deus sempre trouxe glória a si mesmo
através da fraqueza humana. Gideão vai enfrentar um exercito de filisteus com
uma queixada de jumento, Davi vai enfrentar um gigante belicoso com uma funda,
do simples nascem as coisas extraordinárias, e o Senhor faz isso durante todo
tempo, basta que estejamos dispostos a renunciar ao nosso orgulho para viver
para a glória de Deus
Clavio J. Jacinto
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