Depois de mais de duas décadas servindo ao
Senhor, me deparo com a certeza de que a fé não é de todos. Revendo os dias que
se passaram, e a grande quantidade de pessoas que tomaram a decisão de servir a
Cristo para em seguida, durante algum tempo, permanecerem na fé, tão somente
até que alguma dificuldade os tome de sobreaviso e então desistem de seguir a
Cristo. Parte dessas pessoas nunca teve uma verdadeira conversão, nunca
experimentara de fato um verdadeiro novo nascimento. Todavia preciso dar um
aviso para aqueles que estão dentro do caminho estreito, e não percebem os
desafios da fé cristã durante a jornada aqui nesse mundo. Uma vez que vivemos
em uma era que o presente século oferece muitas coisas atraentes e que a
maioria vive debaixo de uma espiritualidade supérflua, fracassos espirituais
são mais comuns do que nunca. Hoje as pessoas vivem debaixo de uma esterilidade
espiritual muito grande, as convicções são fracas, a vida devocional é muito
superficial. Embora tenhamos muitos recursos para aprimorar a fé e desenvolver
o crescimento espiritual, a verdade é que toda essa abundancia de bons livros, bíblias
de estudos e muita informação acessível através do sistema midiático, a verdade
é que a atual geração de cristãos é muita fraca, pelo menos é isso que
caracteriza a igreja ocidental. Para que o poder espiritual seja realmente um
fato na vida de um cristão, é necessário que se abra mão de muitas coisas
convenientes, um avanço requer muitas vezes perdas que afetam o ego, o conforto
e tantas outras coisas que amamos. Faz-se necessário que tenhamos prioridades e
classificar certas medidas como urgentes, se queremos de fato vencer as
tribulações e os desafios constantes que impedem que alcancemos um coração puro
e uma fé vigorosa. Grande parte dos fracassos espirituais comuns em nossos
dias, são provocados por falta de disciplina espiritual, a vida de oração no
lugar secreto é fraca, a leitura eficaz e dinâmica das Escrituras, bem como o
estudo das verdades fundamentais da fé cristã, tudo isso são fatores que
predominam na vida do cristão moderno, e a maioria dos cristãos acabam vivendo
debaixo de um jugo de trajetos cíclicos, como o povo de Israel que saiu do
Egito e vive vagando no deserto por anos a fio, sem experimentar um avanço real
na jornada espiritual para desfrutar das bênçãos da terra prometida, ficam
vagando no deserto numa jornada circular numa peregrinação sem objetivos. A W
Tozer, no livro “A Vida Crucificada”
abordou de forma muita clara essa questão e em todo o livro ele desenvolve esse
tema, exortando os leitores a viverem uma vida espiritual mais profunda, ele
escreveu: “Recuso-me a ficar desanimado por qualquer coisas, mas o meu coração
pesa de andar entre cristãos que estão rodando há quarenta anos no deserto, sem
voltar para o pecado, mas sem também entrar na vida santa. Vagando em círculos sem
propósitos, as vezes um pouco mai quentes e as vezes profanos, mas nunca
avançando. Adquiriram hábitos difíceis de quebrar, e é quase certo que viverão
e morrerão como fracassos espirituais. Para mim isso é terrível”. Sem duvida
isso é um problema que muitos enfrentam hoje, a vida cíclica, outrora estão bem,
mas daqui a pouco descem para um nível profano, e assim numa jornada de desequilíbrio,
vivem uma espiritualidade intermitente, acesos e apagados, uma hora estão
fortes e outra estão fracos, dão um passo a frente e logo em seguida voltam
para o mesmo lugar de onde saíram, põem a mão no arado com convicção e num momento
a frente já estão olhando para trás, enquanto não estivermos dispostos a
andarmos com um foco fixo em Cristo e determinados a andar conforme as regras
do evangelho, conforme a luz da palavra de Deus, nossos destino será incerto e
confuso, quando nosso coração estiver disposto a seguir o caminho que é Cristo
sem se importar com as perdas passageiras e com aparentes problemas que
surgirão por conseqüência das nossas decisões em prosseguir avante para a
vocação que nos foi proposta.
Clavio J. Jacinto
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